quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Clandestinidade

Costumo recorrer amiúde ao Conselheiro Acácio, personagem imortalizado na literatura por Eça de Queiroz, porque até hoje não achei expressão melhor que "as consequências vêm sempre depois" para descrever certas situações. Uma agora é isso de banir, ou quase, o trumpismo das redes sociais abertas. O que aconteceu? Ele vai migrando para a clandestinidade ou semiclandestinidade digital.

Aliás a clandestinidade pode ser um meio excelente para a multiplicação de militantes, com a vantagem de dificultar o rastreamento e monitoramento desses movimentos. Os exemplos históricos são abundantes. Um movimento político não precisa ser necessariamente grande para ser importante. Se for coeso e bem organizado, estará a postos para emergir quando a conjuntura política exigir, e permitir.

Mas nem sempre a racionalidade prevalece. Nem sempre se enxergam lances à frente no tabuleiro. A verdade é que as duas correntes, o trumpismo e o antitrumpismo, permanecerão vivas. O melhor para o sistema seria absorvê-las e fazê-las disputar a política por dentro da institucionalidade. Vale para os Estados Unidos mas vale também para o Brasil.


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