O governo Jair Bolsonaro encara desafios imediatos em três frentes. Precisa equacionar suas relações com a nova administração norte-americana, neutralizar - ou tentar - o desgaste na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado sobre a pandemia e evitar a corrosão do apoio na elite empresarial, de olho em 2022. Neste último ponto, enfrenta as alternativas da volta de Luiz Inácio Lula da Silva e da busca de uma alternativa a ambos.
A aproximação do presidente com os empresários esta semana
foi tática, para buscar apoio na dura negociação com Joe Biden sobre o clima,
mas também estratégica, de olho nos movimentos de Lula e do assim chamado
centro, que busca romper a inércia e a debilidade eleitoral de seus possíveis nomes,
como apontado nas pesquisas. Até o momento, nenhum deles ultrapassa a barreira
entre um e dois dígitos, quando confrontado com os dois líderes.
O governo resolveu esta semana a encrenca do orçamento para
2021, mesmo que à custa de furar o teto de gastos nas despesas não recorrentes.
Mas a solução foi aceitável para o ministro da Economia, encerrando mais um
miniciclo de rumores sobre a saída dele do governo. A variável a acompanhar
agora é o desempenho da economia. E da inflação. Esta última deve ser uma fonte
de notícias negativas nos próximos meses.
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