quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Via de uma mão só?

Os cenários da reta final deste segundo turno trazem pelo menos uma constatação. Há alguma facilidade de os votos, partidos e personalidades da esquerda convergirem para o apoio a uma frente ampla antibolsonarismo, mas não se nota a mesma disposição nos demais antibolsonaristas.

Um exemplo da primeira tendência são o Rio de Janeiro e Fortaleza. Nos cariocas, até o PSOL recomenda apertar o 25 do Democratas. Na capital cearense, a convergência em torno do candidato cirista deixou em segundo plano os ressentimentos cultivados no afastamento entre Ciro Gomes e o PT.

Mas o contrário se nota, por exemplo, em Belém e Vitória, onde os candidatos antibolsonaristas são, respectivamente, do PSOL e do PT. Nesses dois lugares, a prioridade do centrismo continua sendo, aparentemente, derrotar a esquerda.

Uma via de mão única.

Aguardemos a urna. Mas desde já é razoável prever que, diante dos resultados, os que apoiaram Jair Bolsonaro em 2018 e agora procuram seu próprio caminho apresentem-se como a melhor opção para a troca de guarda em 2022.

A dificuldade? A esquerda está mostrando, aqui e ali, músculos para ao menos disputar com chances uma vaga no segundo turno daqui a dois anos.

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