sexta-feira, 28 de maio de 2021

Senado e Câmara

Nesta semana, o governo buscou retomar alguma iniciativa política, com a convocação de governadores para a Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19 e a ação no Supremo Tribunal Federal para limitar a possibilidade de autoridades locais decretarem medidas radicais de isolamento social. A bola então volta para o STF, que decidirá não apenas sobre este segundo ponto, mas também sobre o recurso dos governadores contra a possibilidade de CPI federal convocá-los.

O governo Jair Bolsonaro está correndo atrás do prejuízo na CPI porque em algum momento descuidou da correlação de forças no Senado. Concentrou-se na Câmara dos Deputados, onde começam a tramitar processos de impeachment. Fazia sentido no momento. Mas havia um flanco que está se revelando agora, quando é do Senado que brotam todos os dias, e mais de uma vez por dia, fatos políticos a desgastar o presidente da República por causa da condução das políticas na pandemia.

Isso gera outro problema. Deputados são sensíveis à oscilação do humor popular, mais ainda até que os senadores. Inclusive porque dois terços do atual Senado têm mandato até 2026. Só um terço vai enfrentar as urnas no próximo ano. Já os deputados têm encontro agendado com o eleitor em outubro de 2022. Então, à medida que a eleição se aproxima o potencial de nervosismo na Câmara vai aumentando relativamente à outra casa do Congresso.

Os números da economia, tomados no macro, são progressivamente otimistas, ou menos pessimistas. Mas sempre leva um tempo para os efeitos serem sentidos na ponta. Há criação de empregos, mas o desemprego continua muito alto, especialmente entre jovens. E ainda não se sabe qual será a evolução da epidemia aqui no Brasil. E se, ou quanto, eventuais novas medidas de isolamento social vão impactar na retomada do ritmo econômico.

E tem a CPI.

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