A Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 recebeu de
presente por estes dias um novo filão para explorar: a interrupção do
fornecimento, pela China, do insumo para a preparação da CoronaVac, do
Instituto Butantan. O instituto já repassou ao Ministério da Saúde cerca de
metade das 100 milhões de doses contratadas, mas agora cresce uma sombra a
respeito da outra metade.
Há algum barulho sobre o dito tratamento precoce e sobre a
cloroquina, mas é um terreno movediço para a oposição, visto haver largos
segmentos da comunidade médica e importantes entidades profissionais que adotam e
apoiam essa linha, ainda que sob a capa da autonomia do médico para receitar. E a história da tentativa de alterar a bula da cloroquina pode cair no vazio,
porque não chegou a se concretizar.
Já a vacina oferece um chão mais sólido a quem deseja
arrastar o governo para o relatório final da CPI. O depoimento do executivo da
Pfizer não deixou a administração bem, pois no mínimo ficou a impressão de ter faltado senso
de urgência, de prioridade, em toda a tramitação. E agora, se a interrupção do
fornecimento de insumo para a CoronaVac durar mais do que seria aceitável, abrir-se-á
uma nova frente.
E qualquer pesquisa, ou mesmo a simples observação e o
simples convívio com as pessoas, revela claramente a adesão popular e social às vacinas como meio de
não pegar a doença e esperança de a vida voltar ao normal.
E há um fator negativo adicional. Em vários locais Brasil afora as
autoridades acabaram aplicando como primeira dose um imunizante reservado para a segunda. Por isso, pessoas que deveriam estar recebendo a
segunda dose para completar o processo de vacinação ficarão a ver navios. Quem
pagará o pato político? Em parte, as autoridades locais. Mas uma parcela da
conta certamente irá para o governo federal e sua política exterior.
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