sexta-feira, 12 de junho de 2020

Sinuca

O mercado estima que o déficit primário (contas governamentais antes do pagamento de juros) será de quase R$ 709 bilhões este ano. Para o próximo ano a estimativa é R$ 200 bi. O déficit primário em 2019 foi R$ 62 bi.

Ou seja, estamos diante de um cenário de emergência fiscal gravíssimo. E qual será a tentação do governo para enfrentar o desafio? Não perderá dinheiro quem apostar que Brasília desejará aumentar os impostos.

Pois há dois jeitos de aumentar a arrecadação: um é a economia crescer o suficiente, o outro é crescer a carga tributária. Como a primeira opção parece irrealista, segundo todas as previsões, é razoável imaginar que o governo vai se debruçar sobre a segunda.

Se é que já não está se debruçando.

Onde está o problema? Aumentar impostos num quadro de altíssimo desemprego, queda de renda e forte sofrimento das empresas não cria propriamente um cenário estimulante para novos investimentos privados. E tem potencial social e político explosivo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário