sexta-feira, 20 de março de 2020

A inércia do conflito

Não parece inteligente governos das diversas esferas viverem às turras em meio a um problema das dimensões da Covid-19. Nem racional.

Mas um erro bastante frequente na análise política é supor que os atores adotarão sempre decisões inteligentes e racionais.

É imprudente desprezar o peso da inércia na política. Alguns estados e o Palácio do Planalto andavam às cotoveladas antes de o país finalmente tomar consciência (já tomou?) do tamanho da encrenca provocada pelo novo coronavírus. Por inércia, seguem na mesma toada.

A boa técnica gerencial ensina que antes de procurar os culpados vale concentrar os esforços na busca de soluções. Seria uma saída, aí sim, inteligente e racional para políticos que em primeiro lugar desejam sobreviver politicamente, ou já estão de olho num upgrade.

Sem falar que a descoordenação entre os níveis da federação tende a agravar os efeitos econômicos do avanço da Covid-19.

E é devaneio acreditar que algum governante hoje no cargo vai faturar sobre o colapso da atividade, do emprego e da renda.

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