quarta-feira, 25 de março de 2020

O risco da descoordenação

O Brasil talvez seja o país que enfrenta a covid-19 mais dividido na sua cúpula dirigente. A pandemia não foi capaz de quebrar a inércia de conflito que vem em ondas há anos.

O risco decorrente? Medidas baseadas menos na ciência que em elementos subjetivos, temores eleitorais ou para reagir a pressões de lobbies setoriais.

Entre os riscos embutidos na tentação de responder à ameaça de caos sanitário e econômico com caos político está o prolongamento do problema.

A ansiedade para saber “quem tem razão” ou quem vai ser vitorioso na guerra de projetos de poder pode impedir uma saída organizada no momento certo, pode impedir a minimização das perdas.

É ilusão imaginar que a uma ordem das autoridades as pessoas vão voltar instantaneamente à vida normal. Isso vai acontecer não só quando declinar a curva da pandemia, mas a curva do medo dela. E a curva do trauma decorrente.

E isso virá tão mais rápido quanto mais cedo o distinto público perceber que os capitães do barco sabem o que fazem.

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