sexta-feira, 10 de julho de 2020

Dar vazão à represa

Num aparente platô de novos óbitos diários, São Paulo acelera a reabertura da economia (leia). É o paradoxo já relatado aqui: quando o tal achatamento da curva parece funcionar para valer, chega uma hora em que se tem de operar a volta às atividades mesmo antes de a linha dos falecimentos diários começar a cair.

Era uma conta feita desde o começo. O achatamento da curva sempre teve por objetivo impedir o colapso dos hospitais e UTIs. Mas impunha um preço: estender o período de paradeira econômica. Até que ponto a sociedade estaria disposta a pagar esse preço para preservar a integridade dos serviços de saúde?

Isso está sendo respondido na prática. Quando chega a hora de os políticos decidirem, a “ciência” dá lugar ao cálculo. Em todos os cálculos dos políticos encarregados de tomar decisões Brasil afora, parece ter chegado a hora de dar vazão às águas da represa antes que ela transborde e leve a barragem de roldão.

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