Certo dia no agora longínquo março de 2020 a chanceler
alemã, Angela Merkel, disse que 70% da população do país dela seriam contaminados pelo
SARS-CoV-2 (leia). Chocou. Mas era um consenso já naquela época, o índice necessário para o vírus não encontrar
gente a quem contaminar no período em que ainda é capaz de causar dano.
As porcentagens podem mudar conforme o tempo passa e a pandemia é mais bem estudada, mas o que não mudou foi a constatação do óbvio: as políticas de afastamento e isolamento social têm só o objetivo de desacelerar o contágio, para evitar o colapso da rede hospitalar, especialmente das unidades de tratamento intensivo.
Para saber se afinal as coisas estão ou não funcionando, se
as políticas são um sucesso ou um fracasso, olhar o número de casos é inútil.
Eles vão crescer até se chegar a alguma porcentagem crítica de imunizados,
naturalmente ou pela vacina. Mais útil será tentar enxergar se o achatamento
das curvas está protegendo mesmo a rede hospitalar.
A taxa de ocupação de UTIs, a esta altura, é o que interessa
acompanhar.
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