quarta-feira, 1 de julho de 2020

Sucesso e fracasso

Certo dia no agora longínquo março de 2020 a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que 70% da população do país dela seriam contaminados pelo SARS-CoV-2 (leia). Chocou. Mas era um consenso já naquela época, o índice necessário para o vírus não encontrar gente a quem contaminar no período em que ainda é capaz de causar dano.

As porcentagens podem mudar conforme o tempo passa e a pandemia é mais bem estudada, mas o que não mudou foi a constatação do óbvio: as políticas de afastamento e isolamento social têm só o objetivo de desacelerar o contágio, para evitar o colapso da rede hospitalar, especialmente das unidades de tratamento intensivo.

Para saber se afinal as coisas estão ou não funcionando, se as políticas são um sucesso ou um fracasso, olhar o número de casos é inútil. Eles vão crescer até se chegar a alguma porcentagem crítica de imunizados, naturalmente ou pela vacina. Mais útil será tentar enxergar se o achatamento das curvas está protegendo mesmo a rede hospitalar.

A taxa de ocupação de UTIs, a esta altura, é o que interessa acompanhar.


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