terça-feira, 8 de setembro de 2020

A bolha

Há certas coisas sobre as quais se pode ter certeza absoluta, pelo menos pelo tempo que a vista alcança. Uma é o sol nascer e se pôr todos os dias. Outra é que, com a chegada da internet, de tempos em tempos teremos uma bolha nos ativos relacionados à alta tecnologia. Outra ainda é que toda bolha um dia estoura.

A Nasdaq por estes dias apenas confirma a certeza (leia). É um acumulado de problemas. Com a Tesla (que perdeu US$ 70 bi em valor de mercado em duas semanas), com a ameaça de Donald Trump de cortar todos os laços de negócios com a China e também por causa do mercado inundado de dinheiro posto a circular para enfrentar a crise desencadeada pela pandemia.

O excesso de dinheiro em circulação é como uma esquadrilha de aviões todos no ar mas que em certo momento precisam pousar. Aí os ativos se valorizam. Mas uma hora quem comprou começa a achar que talvez seja o momento de vender antes dos demais, porque se ficar para trás pode dar ruim.

É que nem naquela tradicional dança das cadeiras. Ninguém quer sobrar. Ninguém quer ficar com o mico na mão. E a coisa sempre começa de um jeito discreto. Depois acelera. E aí é o salve-se quem puder. O jeito é torcer para desta vez ser diferente. Sonhar não custa nada.

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