O debate em torno da substituição de Ruth Bader Ginsburg na Suprema Corte dos Estados Unidos é uma lição imperdível de realpolitik. Vale por um curso de Ciência Política.
Quando Barack Obama quis nomear um juiz para a SCOTUS no último ano de mandato dele a maioria republicana bloqueou, com o argumento de que se deveria esperar pela eleição.
Agora os democratas pedem coerência aos adversários.
E os republicanos respondem com o argumento da força. Se eles têm os votos, por que arriscar deixando para depois?
Quem apostaria um picolé na hipótese de que se os democratas tivessem maioria numa situação invertida deixariam de fazer valer sua força política?
Na política, regra geral, pode-se ter certeza de uma coisa: o argumento da coerência costuma aparecer exatamente quando falta força. Já quando se tem a força, sempre é possível produzir narrativa que ofereça alguma argumentação coerente capaz de embalar o que se quer fazer.
Interessante!
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