quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Exercício inútil

Exigir coerência na política é um exercício inútil de ingenuidade. Aliás, coerência não chega a ser um valor em si nesse ramo de atuação. Se o governante está errado, espera-se que ele corrija o rumo, sob pena de conduzir os governados à catástrofe, se não o fizer. A história está repleta de exemplos.

Num dia o presidente da República diz não querer nem ouvir falar no Renda Brasil. No outro, dá sinal verde para o Congresso Nacional achar um espaço orçamentário adequado a um eventual novo programa social (leia). É incoerente? Sim. Mas, e daí?

Qual é a divergência? Aparentemente, a equipe econômica vê na criação do novo programa social um cavalo de troia que carregaria na barriga maldades compensatórias. O presidente, que ao contrário do mercado depende de voto, não quer nem ouvir falar.

Mas se suas excelências no Parlamento descobrirem de onde tirar dinheiro, e sem praticar maldades, claro que Jair Bolsonaro não vai se opor. E poderá saborear então uma doce derrota. Como o auxílio emergencial, proposta na qual ele foi derrotado nas manchetes mas faturou no povão.

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