terça-feira, 1 de setembro de 2020

Remédio de uso contínuo

E veio finalmente o número ruim do PIB do segundo trimestre, menos 9,7%. Era esperado, pois entre março e junho de fato o Brasil parou. E ficamos ali pelo meio numa tabela de países de todo o planeta (leia). Não foi bom, mas tampouco amargamos a rabeira. Certamente os números do trimestre atual serão melhores, dada a retomada progressiva da atividade. Vamos aguardar.

Se o retrato do que ficou para trás não é assim tão aterrador, mais preocupante é o que pode vir pela frente. A aposta dos otimistas é uma retomada em V, rápida, mas a previsão encara desconfianças. As exportações até que vão bem, turbinadas pelo real fraco, mas o mercado interno não dá qualquer sinal de querer voltar rapidamente aos tempos de exuberância.

A economia brasileira vem atravessando razoavelmente a tempestade graças principalmente às doses maciças do medicamento que recebe na UTI: o auxílio emergencial. Mas agora é que vem o desafio. O auxílio irá progressivamente dizendo adeus, e a dúvida é se a terapia vai ser adequadamente substituída pelo melhor remédio de uso contínuo: o emprego.

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