terça-feira, 18 de agosto de 2020

Desafio

O governo tem um desafio complexo: como fazer a transição do auxílio emergencial para uma modalidade de renda mínima preservando alguma coerência fiscal e evitando o solavanco político. Não será trivial, e daí o bate-cabeça nas hostes do Palácio do Planalto (leia).

O que seria ideal, claro que do ângulo governista? Se a interrupção ou a drástica redução do auxílio viessem sincronizadas com a retomada do emprego. Mas essa última variável não parece assim tão animadora, e inclusive a última pesquisa XP/Ipespe traz uma percepção de que a economia não vai bem, apesar de a percepção melhorar (leia).

A eleição presidencial ainda vai longe, dois anos e alguma coisa, mas a dinâmica política começa a entrar naquela fase em que o governante desejoso de permanecer precisa mostrar serviço. E é visível que o governismo está se esforçando para tanto. 

Mas também é a hora em que a paciência popular ameaça encurtar se houver contratempos.



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