Há um hábito de banalizar entre nós a expressão “crise”. A tal ponto que quando estamos diante da iminência de uma precisaríamos talvez buscar outra palavra. Ou então admitir que o de antes não era propriamente uma crise.
Hoje o presidente da República, digamos, insinuou que não mais se sentirá obrigado a cumprir decisões do Supremo Tribunal Federal que segundo ele contrariem a Constituição. O problema é que a Carta dá a atribuição de controle de constitucionalidade ao Judiciário, não ao presidente.
Até para errar.
Já seria complicado se não estivéssemos ainda na curva ascendente de uma epidemia, que em escala global é pandemia. E se ela não estivesse empurrando o país este ano para uma recessão sem paralelo. É o que dizem as previsões. Resta torcer para que estejam errando, para pior.
A dúvida é quem vai atravessar primeiro o Rubicão. Quem vai dar o tiro (para cima) de largada na aí sim crise. E quem vai desempatar o jogo. Bolsonaro está ensaiando dar uma prensa no juiz. Vai conseguir?
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