domingo, 24 de maio de 2020

Quem pagará para ver?

Se todo arreganho no nosso sistema político pudesse ser caracterizado como “crise”, estaríamos em crise permanente, e portanto a palavra não serviria mais para nada. Não teria a propriedade de distinguir uma situação.

Então vamos definir assim: instala-se uma crise quando o sistema institucional trava. Ou quando não é mais possível tocar o barco, como se diz, dentro das festejadas lei e ordem.

Quando alguma autoridade, ou grupo, deixa por exemplo de cumprir decisão da Justiça. A não ser que outra voz judiciária mais alta se levante e imponha paz no recinto.

O duelo das últimas horas ainda não é a crise. Talvez seja troca de estampidos de pólvora seca, apelos quase desesperados de parte a parte para, ao contrário, evitar a crise, a verdadeira.

Na epidemia de Covid-19, há palpites de que chegamos ou estamos chegando no ápice. Vamos torcer. De novo, de novo e de novo.

Na política, tirando os manifestos, os abaixo-assinados, as photo-ops, é melhor esperar para conferir quem vai, afinal, pagar para ver.

Ou quem arrastará as fichas sem precisar mostrar cartas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário