sábado, 2 de maio de 2020

O ideal, o real e o que interessa

No mundo ideal funcionaria assim. Alguém calcularia a capacidade (estoque e fluxo) do sistema hospitalar, região por região. Junto calcular-se-ia o tempo necessário de isolamento social, e portanto o grau de achatamento da curva, para a epidemia caber no primeiro cálculo.

Também junto far-se-iam as contas de quanto tudo custaria, e o mix seria cotejado com a capacidade fiscal do Estado, lato sensu.

Para concluir a resultante ótima entre as diversas variáveis.

No mundo real funciona assim. Nos países de sistema político mais centralizado impõe-se o lockdown até a curva despencar. Nos demais a coisa vai meio na galega mesmo, e a resultante é bem mais fruto da luta política e do experimentalismo que de quaisquer critérios científicos.

E a curva desce mais devagar.

E cada político tem seus próprios argumentos “científicos” para justificar decisões puramente políticas e baseadas em grupos focais.

E a vida segue. A boa notícia é que cidades da Lombardia já registram 60% de imunizados pelo contato com o SARS-CoV-2. A partir daí, parece, o vírus tem muitíssimo mais dificuldade para encontrar novos infectáveis.

Que é o que interessa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário