A racionalidade manda projetar cenários e ir ajustando a atitude conforme os fatos, sempre eles, vão construindo a realidade da qual não se pode fugir. Mas o ser humano não vive só de razão, tem também a fé. E uma das formas mais arraigadas desta nos tempos modernos é a fé na ciência.
Dizer que governa com base na ciência virou peça de narrativa política, e quando se misturam política e ciência o aspecto quase religioso é levado ao limite. No caso do SARS-CoV-2 há os que têm fé em quem manda todo mundo ficar em casa, como em Israel, ou em quem diz que não é bem assim, como na Suécia.
Antes de ser acusado de relativismo e mandado para a fogueira, esclareço que acredito no efeito benéfico do achatamento da curva. Dito isso, vale registrar o que lembrou hoje o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan: "Pode ser que [o SARS-CoV-2] nunca desapareça, que se torne endêmico, como outros vírus. O HIV não desapareceu”.
Colocar todas as fichas na possibilidade de haver um mundo “puro" pós-Covid talvez seja arriscado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário