O ambiente de radical dissenso político no Brasil vai empurrando os políticos em cargos eletivos para um jogo que tende a acabar mal para todo mundo, ou quase. Em primeiro lugar - e mais gravemente - para os doentes, mas não só. Para os políticos também.
O jogo de empurra entre a União e os estados, com a potencial tentação de o Judiciário querer tomar as rédeas, pode ser responsabilizado pela perigosa situação agora: a volta às atividades quando as curvas logarítmicas de casos e mortes ainda estão subindo.
Na falta de consenso, o cidadão vai cuidar da vida.
A lógica diz que estados e municípios vão querer endurecer o isolamento, mas a mesma lógica informa que: 1) o povão não tem como continuar parado e 2) os governantes temem a ira do eleitor pela ruína econômica, talvez tanto ou mais que a contabilidade de mortes.
Ou seja, há uma contradição crescente entre os aspectos subjetivos e objetivos da crise Covid-19. Nessas situações, a vida costuma seguir seu curso quase espontaneamente. E a conta irá para quem tem a caneta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário