segunda-feira, 4 de maio de 2020

Força, fraqueza. E o atributo central

Quando Luiz Inácio Lula da Silva estava fustigado pelas ondas da tempestade que passou à história como mensalão, a popularidade dele apenas oscilou. Jamais chegou a ser abandonado pela espinha dorsal do seu eleitorado. O escândalo deu-se em 2005. No começo do ano seguinte, o da reeleição, Lula já ultrapassava os adversários nas pesquisas. Liderança que não mais lhe escapou.

A oposição chegou a namorar o impeachment mas nunca foi em frente. Cautela. Pois todos os levantamentos mostravam ileso o prestígio do presidente junto à tropa dele.

Quando se especula sobre afastamentos presidenciais normalmente mede-se 1) o apoio parlamentar, 2) a economia 3) o "povo na rua" e 4) as pesquisas.

Colocar povo na rua não chega a ser tão complicado. Há exceções, como numa pandemia. Mas mesmo agora na Covid-19 vemos gente disposta a sair de casa para protestar. E talvez “a rua” no pós mantenha um forte componente digital, quem sabe? E se o Brasil é habitado por bem mais de 200 milhões de pessoas colocar até 1 milhão na rua, ou na “rua”, não chega ser decisivo.

Presidentes normalmente entram "à vera" na linha de tiro para serem afastados só quando sua sustentação no povo evapora. O item 4. Foi assim com Fernando Collor e Dilma Rousseff. Estavam já muito vulneráveis quando os adversários colocaram para rodar os exércitos do impeachment. Mas dizer que governantes caem quando perdem apoio é quase uma tautologia.

O que leva líderes a ver evaporar a sustentação? A piora das condições materiais? Também, mas não necessariamente. A popularidade de Vladimir Putin vem resistindo bem às dificuldades econômicas trazidas pelas sanções em represália à reanexação da Crimeia. O ditado “É a economia, estúpido” popularizou-se com Bill Clinton, mas toda unanimidade é burra. Ainda que a afirmação do Nelson Rodrigues tenha uma contradição interna.

O governante consegue resistir bem à tempestade econômica na medida em que os atributos centrais dele estão preservados. Putin mantém-se porque ninguém duvida de que trabalha pela grandeza da Rússia humilhada ao final da Guerra Fria. Lula reelegeu-se, elegeu a sucessora e colocou seu candidato no segundo turno em 2018 porque nunca convenceram o povão de que ele deixou de “olhar pelos pobres e pelos excluídos”.

Ao contrário, Collor enfraqueceu-se decisivamente quando conseguiram carimbá-lo de corrupto. Bem ele que se apresentara em 1989 como quem melhor iria combater a corrupção. A anemia política de Dilma teve a ver com a guinada real e simbólica de política econômica entre a duríssima campanha pela reeleição e o instalar do segundo governo. Guinada que dividiu e desmobilizou a base eleitoral dela, deixando-a indefesa.

E em vez de a oposição aplaudir a presidente por “fazer a coisa certa” aproveitaram a fraqueza dela para derrubá-la. É a política, estúpido.

Qual o atributo central de Jair Bolsonaro aos olhos do tal terço, um pouco mais, um pouco menos, nas pesquisas? Ele ser “anti-sistema”. Lato sensu. Eis por que precisa manter o conflito aquecido com “o sistema”. Mas a realidade é uma contradição ambulante, e essa guerra eterna drena recursos e energias do presidente, e traz isolamento. Quando ele mais precisa de aliados. Se não se faz omelete sem quebrar ovos, tampouco existe almoço grátis.

Ah, sim: o dito centrão não está nem perto de ser "o sistema". Fica a dica.

E vamos ver até que ponto o conflito com Sergio Moro mexe na percepção dos atributos presidenciais.

Um comentário:

  1. E a Copa do Mundo no Brasil, hein? Em vez de se construir hospitais, construiu-se prédios inúteis.
    “Muito engana-me, que eu compro”
    E o PT®? Qual o poder constante de sua propaganda ininterrupta?
    Eis:
    Vive o PT© de clichês publicitários bem elaborados por marqueteiros. Estilo do brilhante e talentoso João o Milionário Santana. Nada espontâneo.
    Mas apenas um frio slogan (tal qual “Danoninho© Vale por Um Bifinho”/Ou: “Skol®: a Cerveja que desce Redondo”/Ainda: “Fiat® Touro: Brutalmente Lindo”). Não tem nada a ver com um projeto de Nação.
    Eis aqui a superficialidade do PETISMO:
    0.“Coração Valente©”
    1.“Pátria Educadora™” [Buá; Buá; Buá].
    2.“Pronatec©”
    3.“A Copa das Copas®”
    4.“Fica Querida©”
    5.“Impeachment Sem Crime é Golpe©” [lol lol lol]
    6.“Foi Golpe®”
    7.“Fora Temer©”
    8.“Ocupa Tudo®”
    9.“Lula Livre®”
    10.“®eleição sem Lula é fraude” [kuá!, kuá!, kuá!].
    11.“O Brasil Feliz de Novo®”
    12.“Lula é Haddad Haddad é Lula®” [kkkk]
    13.“Ele não®”.
    14.“Minha Casa, Minha Vida©”
    15.“Saúde não tem preço®”
    16.“Haddad agora é verde-amarelo®” [rsrsrs].
    17.“Rede cegonha©”
    18.“LUZ PARA TODOS™” (KKKKK).
    19. (…e agora…): “Ninguém Solta a Mão de Ninguém©”
    20.“Água para todos©” (é mesmo?)
    21.“Mais Médicos®”
    22.PT = “Controle social da mídia" [™] (hi! hi! hi!): desejo do petismo.
    23.“Brasil Carinhoso©” [que momento açucarado].
    24.“Bolsa Família®”
    25.“SKOL®: a Cerveja que desce RedondO”.
    PT© é vigarista e aderente ao charlatanismo.
    Vive de ótimos e CALCULADOS mitos publicitários.
    É o tal de: “me engana que eu compro”.
    Produtos disfarçados, embalagens mascaradas e rótulos mentirosos. PT!
    Nós todos apreciamos consumir alguma coisa, com certa constância. Então isso seria bom... Mas não nesse caso. PT é um lixaço.

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